Classe "C" na moda

Cresce espaço para a moda nos supermercados brasileiros
Tendência acirra pesquisa de moda, qualidade e preços


Não são só as tão faladas shopping bags que fazem a atual relação da moda com os supermercados.

No tempo em que pesquisas de economia afirmam que a classe C passou a ser maioria no Brasil, as grandes redes de supermecados correm atrás deste público, investindo na chamada modinha e lançando novidades quase que semanalmente.

A edição de abril da revista Exame inclusive destaca:

“Depois de uma longa e tenebrosa hibernação, parece que o gigante começou a se mexer e, quando um país desse tamanho resolve sair do lugar, a repercussão costuma ser mundial. É o que se vê atualmente. Crescimento econômico acima de 4% ao ano, multiplicação de empregos, acesso ao crédito e elevação da renda estão reproduzindo no país um fenômeno típico de sociedades avançadas: a criação de um mercado consumidor de massa, forte e cada vez mais complexo”.
A Wal-Mart Brasil, detentora do hipermercado Big, com varejo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, apesar de não informar números da produção e vendas, contou que a área têxtil é hoje um dos departamentos mais importantes da rede.

“Entendemos que nosso consumidor não vem às nossas lojas para comprar têxtil isoladamente, mas queremos que quando ele entre, perceba nossa linha e possa encontrar produtos de qualidade, com estilo e excelentes preços”, disse Adriana Ramalho, Diretora de Desenvolvimento da Área Têxtil do Wal-Mart Brasil.


Quem vai a uma das lojas da rede, justamente antes de chegar aos produtos alimentícios, tem que passar pela área têxtil, sempre localizada estrategicamente no caminho. E quem fala mais alto são realmente os preços, já que a rede é conhecida pelo slogan “Preço Baixo Todo Dia”.


De acordo com Adriana, os valores das peças de moda variam de acordo com a categoria, mas estão sempre dentro da política da empresa.


"Cobrimos qualquer oferta da concorrência na hora, no caixa”, lembra. O preço, porém visto de outra ótica, também foi o que incentivou, em 2007, o Grupo Pão de Açúcar a contratar para sua área de não-alimentos Pedro Janot, que comandava as operações da Zara no Brasil desde 1999, tendo passado também pela Richard´s, Lojas Americanas e Mesbla.

A idéia visou fortalecer o setor por causa da margem de lucro maior que ela pode atingir com esses produtos. A meta do Grupo Pão de Açúcar é aumentar a participação desse setor de 26,7% (2006) para 34% até 2010.

Para a Carrefour, que comercializa peças com valor entre R$ 9,99 e R$ 89,90, a linha de confecção feminina vem se destacando. Recentemente, a rede começou a dividir suas peças de acordo com estilos de vida: mulheres básicas, modernas, esportivas e jovens.

Conhecendo as linhas A Wal-Mart Brasil/Big trabalha com quatro linhas.

“George” atende os públicos feminino, masculino e infantil, com roupas e acessórios contemporâneos e casuais para o dia-a-dia; “Simply Basic” traz peças práticas e versáteis para todos os momentos; “725 Originals” absorve as últimas tendências da moda feminina e masculina, e “Athletic Works”, foca o fitness.

O hipermercado também tem apostado em lançamentos eco, como a camiseta de fibra PET, da marca George, e as cuecas e calcinhas de bambu, em parceria exclusiva com a Zorba.

Já o Carrefour trabalha com a marca própria “Tex”, que atende os públicos feminino, masculino e infantil. Recentemente, uma parceria também foi feita com a americana Hang Ten, com venda exclusiva no Brasil. O estilo aqui é street, com roupas ligadas ao surf, também para os três públicos.

A pesquisa de modaDe acordo com o departamento têxtil do Wal Mart Brasil/Big, houve uma grande evolução nos últimos anos, com o consumidor mais atento à moda e, portanto, uma necessidade maior de pesquisa de moda e adequação de mercado. Eles possuem uma equipe exclusiva para pesquisar as tendências e adequá-las ao seu perfil de consumidor.

O Carrefour também conta com uma equipe focada no desenvolvimento das coleções, composta por estilistas, analistas e gerentes têxtil. “Nossas coleções valorizam desde as principais tendências internacionais até os hábitos e costumes dos brasileiros, alinhados às condições de clima, manequim brasileiro e propostas diferentes de estilos de vida”, informam.

Tanto as peças do Big, quanto as do Carrefour, são criadas com exclusividade, com produção concentrada no Sudeste, Sul e Nordeste, além de alguns produtos que são importados. A opinião dos consumidoresLuciane Silveira, 43 anos, dona de casa, olhava atentamente as peças infantis: “É a primeira vez que venho. Estou esperando meu marido que está fazendo compras no mercado. Os peços estão acessíveis e estou vendo algo para a minha neta”.Juarez Torres da Motta, 76 anos, aposentado, procurava uma camisa masculina de mangas curtas: “Procuro algo que custe na base de R$ 15, mas que não seja em tecido quente, e a gente acha. Tem até calças jeans a R$ 24. São muito boas, eu mesmo tenho uma”.

Vanessa Lopes, 26 anos, contadora, trabalha próximo ao supermercado: “Aqui acho peças com bom preço e também com qualidade. Compro mais moda casual, roupa de trabalho, um estilo básico, tradicional”. Vilma Finkler, 61 anos, vendedora, acompanhava o marido na escolha de uma bermuda que estava na promoção por R$ 7: “Sempre que viemos ao mercado, damos também uma olhada nas roupas.

Parcerias com estilistas

Existe um aspecto que ainda não foi explorado por este mercado no Brasil. É justamente a idéia de fazer com que grandes estilistas façam coleções específicas para serem vendidas nos supermercados. Quem chegou mais perto deste experimento foi Isabela Capeto, ( a rainha das parcerias) que no ano passado, desenvolveu uma coleção para a Taeq, marca do Grupo Pão de Açúcar, que vende nos supermercados da rede. A linha focou o bem-estar, utilizando tecidos tecnológicos e apelo ecológico (conheça a coleção aqui).

Nas imagens, o desfile realizado em 19 de março pelo BIG Sertório, em Porto Alegre (RS), e as dependências da área têxtil de um supermercado Carrefour, com espaços bem separados para cada público e linha.

Fotos: Jaqueline Oliveira e Fabrício Barreto/
Divulgação e Carrefour/Divulgação
Fonte: UseFashion... eu amo esse portal!!!

O Espaço da moda tem leitores ... outro dia o Daniel que trabalha no UseFashion fez um comentário aqui no blog

Comentários

Gisele H. disse…
Pois eu fui ao Big de Pelotas e fiquei encantada com as lingeries de lá. Lindas e super baratas!

Fiz um pequeno estoque, só não comprei mais pq quem usa a parte de cima 44/46 nem sempre consegue o modelo que quer!
Aletéia by Ale disse…
ahhah também já fiz umas comprinhas básicas no Big de Pelotas :-)

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