Brincando de Moda no celular

Achei muito legal essa idéia!
Já não é de hoje que se considera a moda como uma indústria séria, geradora de riquezas e de empregos. No Brasil, desde o começo da década de 90 o setor vem consistentemente se profissionalizando, por meio da oferta de cursos de nível médio e superior. No mercado nacional, já há uma geração de designers e profissionais em atuação significativa que são frutos dessa especialização.
Mundo afora, há escolas de moda mais antigas que as nossas, e com maior tradição em lançar talentos. Também essas instituições formam profissionais mais específicos, seja para o atelier, o estúdio, a redação, o chão de fábrica, o varejo.
O que parece estar incomodando bastante o setor de criação, não somente aqui, mas na Europa e nos Estados Unidos, é a avalanche de profissionais de outras áreas se aventurando a desenhar uma coleção. Algumas iniciativas são louváveis e rendem bons frutos, mas outras são simplesmente jogadas de marketing para promoção pessoal.


Para os leigos, ou o consumidor final, fica uma impressão que é muito fácil criar coleções, e é desnecessário o conhecimento sobre o assunto. É certo que fazer uma roupa não é tão difícil, mas requer técnica. Customizar um produto manufaturado sem considerar uma linha de produção também não parece ser uma tarefa árdua. Mas controlar as infinitas variáveis que compõem o negócio de moda é habilidade para poucos.
As pesquisas indicam que o nascimento e a mortalidade de empresas nesse setor são altos; em contrapartida, têm-se as baixas barreiras de entrada e saída para o negócio. Em outras palavras, da mesma forma que nos anos 60 se pregava que para fazer cinema bastava uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, fazer moda tem, em algumas situações, se resumido a uma idéia na cabeça e um passe livre para a imprensa.


Talvez pensando em mudar um pouco essa imagem de "negócio fácil", que o grupo The Times de jornalismo tenha lançado, em parceria com a Bocconi Università de Milão, o jogo para telefone celular Fashion Empire (império da moda, em inglês).
Nada mais interessante para os fashionistas e aspirantes a empresários do que treinar o outro lado, aquele bem longe da criatividade, que muitos depoimentos de estilistas renomados lamentam tanto ter que se debruçar também.


O jogo simula um negócio de moda, inclusive com o escore do valor das ações do seu negócio numa bolsa de valores virtual.
O jogo inclui conteúdos de gestão de varejo, de marca, de custos, de recursos humanos e logística, e parece ser um bom exercício inicial.

Mas, como em todo setor, o empreendedorismo pode ser o diferencial para o sucesso. Por isso, alguns dos conselhos fornecidos para um bom desempenho no jogo podem ser úteis também para a vida real, como começar pequeno, não oferecer um leque muito amplo de produtos para não confundir o consumidor e ter uma política de preços justa.

Para aqueles que se interessaram, o Fashion Empire pode ser baixado em um celular brasileiro, embora todo o conteúdo esteja em inglês ou italiano.

O jogo, desenvolvido pelo Mestrado em Moda, Experência e Gestão de Design da Bocconi Business School, simula negócios nas três capitais européias de moda:

Milão, Londres e Paris.

O exercício inclui ainda todo o processo de tomada de decisão estratégica para a empresa virtual, seja por preço ou pela competição no mercado de luxo.
Para os que se aventurarem no treinamento empresarial, o pacote inclui emoções diárias com relatórios e planilhas, e uma pitada de stress, um vício muito comum nos bastidores da moda.




Amei :-)

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