Distribuição no Mercado de Moda

A professora de Marketing da Marangoni de Paris, uma das principais instituições de estudo e pesquisa de moda mundial, Nathalie Paldacci fez uma palestra no inicio do mês de maio em Minas Gerais sobre a distribuição no mercado de moda.

A UseFashion esteve presente no evento e destaca os principais pontos abordados pela francesa.Entre as formas de distribuição apontadas por Nathalie estão as butiques, franquias e websites que ofertam não apenas produtos, mas também serviços e são o contato da marca com o consumidor. Segundo ela, a evolução da economia e dos modos de consumo evidenciaram o ponto de venda como um espaço de vida.

“É o universo da marca que está nesse ambiente”, afirma.

Consumo restrito“O prêt-à-porter está cada vez mais difuso e se inclui no conceito de ‘mass marketing’ onde o objetivo é atingir um público de padrão de médio a baixo da população”, explica ela, relacionando como ocorre na França. “As mulheres diminuíram as compras para os homens (maridos, namorados e filhos) já que esse público se emancipa dessa situação e passa ele mesmo a consumir. Além disso, o orçamento em vestuário tem decrescido nos últimos dez anos.

Atualmente os franceses gastam em média cerca de 500 euros (cerca de R$ 1.300) em compras de vestuário por ano”. Isso não significa que na França as pessoas não continuem a consumir o mesmo que antigamente.

A diferença é que agora elas buscam o hedonismo, por meio da aquisição de bens que tenham desconto ou em épocas de liquidação. “É assim que funciona com grandes lojas como Zara, H&M e GAP, além de hipermercados como a rede Carrefour que também investem em um setor de vestuário. Produtos de relativa qualidade têm preços baixos e alta rotatividade, ou seja, tudo que não for vendido a curto prazo, será liquidado” (veja reportagem relacionada a compra de roupas em supermercados neste link ).

Ponto de venda
“A internet é um canal de distribuição que considero totalmente completo, mas não podemos deixar de ressaltar que a estratégia de comunicação adotada pela Zara, por exemplo, não investindo em publicidade e se divulgando através de suas próprias vitrines, é bastante eficaz” aponta Nathalie.

Além disso, seus vendedores são atenciosos, mas deixam que o cliente se sinta livre e parte do espaço”. A cadeia de lojas espanhola possui mais de três mil lojas espalhadas no mundo e representa 66% do faturamento total do grupo, em segmentos como feminino, masculino, infantil e casa.

“O que eles fazem é democratizar a moda, relendo peças de desfiles e lançando em demanda mais ampla e preços inferiores”, sintetiza.

Co-branding e luxo

Para Nathallie Paldacci, o luxo é um mercado concentrado, que ganha ramificações e se descentraliza quando há necessidade de expansão. “O que chamamos de co-branding, em que grifes e estilistas se unem a marcas para criarem coleções limitadas como Roberto Cavalli para H&M e Yohji Yamamoto para Adidas, é uma tentativa de diminuir barreiras entre a marca e o consumidor” e complementa dizendo que essas parcerias também se inserem no conceito de masstige, união entre mercado de massa e mercado de prestígio. Ela enfatiza que os mercados onde o luxo mais deve crescer estão Brasil, Rússia, Índia e China - grupo também conhecido como BRIC – fazendo com que este segmento, que já movimenta 150 bilhões de dólares, se desenvolva ainda mais.

Veja matéria relacionada publicada no portal UseFashion.

Algumas técnicas para diferenciar o luxo também foram destacadas pela francesa como a forma de dispor os artigos para que não fiquem muito apertados, bem como a teatralização da oferta. “Oferecer café ao cliente sem necessariamente oferecer produtos, pode ser uma poderosa ferramenta de relacionamento”, explica. A sacola e demais embalagens da marca também podem ser um diferencial, assim como elementos tangíveis de uma empresa, pois podem representar não apenas o nome como o logo e transmitir a verdadeira dimensão da marca.

Marca
A marca é a melhor proteção anti-crise segundo Nathalie. Para ela, as empresas devem estar atentas às novas formas de identificação e diferenciação dos concorrentes. “Devemos levar em conta que não é apenas uma necessidade ou um impulso que leva à compra. Existem aspectos afetivos envolvidos”, diz. Uma das formas de valorizar a marca, segundo ela, são as franquias. “Com a marca o aumento dos preços se justificam”, explica a pesquisadora citando a Chanel como uma das grifes mais capitalizadas do mundo.


Fotos: UseFashion

Veja mais no UseFashion , o vídeo da Chanel com o Nicole e Rodrigo...

Bjks Ale


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