Moda Cyberpunk na Revista de Bolsa Profashional
A Moda Cyberpunk - do punk ao cyber.
Com imagens do último desfile do Alexandre Herchcovitch e da Cavalera
O cyberpunk está presente na ficção, nas ruas, nas artes, na literatura, no cinema, no imaginário, na comunicação, na moda, na cultura contemporânea, gerando subculturas...
Um poquinho do artigo...
Muitos não entendem a conexão entre o Cyber e o “Punk”. O Punk foi um movimento inglês da década de 60, 70 constituído em Londres por meia dúzia de pessoas outsiders (na época estudantes, desempregados, prostitutas, etc.) que freqüentavam locais underground. O movimento ganhou destaque com a banda Sex Pistols – quarteto musical formado pelos desempregados Johnny Rotten (vocalista), Steve Jones (guitarrista), Paul Cook (guitarrista) e Glen Matlock (baixista) que posteriormente foi substituído por Sid Vinicius e se tornaram o maior ícone do movimento punk. Por meio da banda criada em uma Inglaterra em crise política e econômica ganhou destaque na mídia e no mainstream (grande público), devido ao visual rebelde (eram vestidos pela estilista Vivienne Westwood) e rock distorcido e cru, indo totalmente ao contrário da música hippie da época.
A filosofia punk era a do “se você não gosta do que existe, faça você mesmo – ou, simplificando, o lema do it yourself”. Baseados nessa filosofia os adeptos do movimento passaram a criar as próprias vestimentas, com uma moda exclusiva e a sua própria música. Atingindo todas as classes sociais “Jovens de diferentes grupos socioeconômicos, diferentes origens e diferentes países se identificaram imediatamente com o movimento, como forma de negação e de revolta”.
Mas o movimento deixou resquícios em várias áreas, passando pela música, literatura, moda, atingindo a cultura eletrônica, digital e chegando ao Cyberpunk (anos 80 - anos 90). Segundo o pesquisador e prof. Dr. André Lemos, os cyberpunks são outsiders, criminosos, visionários da tecnologia. Eles encarnam, na ficção e na vida real, uma atitude de apropriação vitalista da tecnologia. Como porte da cibercultura, o estilo cyberpunk aponta uma sinergia entre as tecnologias digitais do ciberespaço e socialidade contemporânea.
Mas o movimento deixou resquícios em várias áreas, passando pela música, literatura, moda, atingindo a cultura eletrônica, digital e chegando ao Cyberpunk (anos 80 - anos 90). Segundo o pesquisador e prof. Dr. André Lemos, os cyberpunks são outsiders, criminosos, visionários da tecnologia. Eles encarnam, na ficção e na vida real, uma atitude de apropriação vitalista da tecnologia. Como porte da cibercultura, o estilo cyberpunk aponta uma sinergia entre as tecnologias digitais do ciberespaço e socialidade contemporânea.
Para a pesquisadora e profa. Dra. Adriana Amaral o cyberpunk saiu do “gueto literário”, principalmente através da disseminação de seus conceitos pelas imagens cinematográficas, música (bandas de música eletrônica/rock industrial), histórias em quadrinhos, desenhos animados, jogos, vestimentas, etc.
A popularização da cultura cyberpunk deve-se aos meios de comunicação de massa, da tecnologia e do imaginário que possibilita a criação de inúmeras subculturas, o cyberpunk não existiria sem a tecnologia.
O cyberpunk possui uma estética de ficção que refletiu e reflete no visual, na moda, no consumo, criando subculturas, tribos, misturando estilos e criando uma moda que sofreu influência da moda punk.
O cyberpunk possui uma estética de ficção que refletiu e reflete no visual, na moda, no consumo, criando subculturas, tribos, misturando estilos e criando uma moda que sofreu influência da moda punk.
A Moda Cyberpunk, reflete bem o espírito do tempo. Caracteriza-se por ser um "estilo de rua" composto de piercings, tatuagens, blusões de couro preto, óculos espelhados, roupas inteligentes (que mudam de cor, adaptam-se à temperatura externa ou mesmo eliminam bactérias), até o uso de weareables computers, tecnologias nômades, computadores que podem ser vestidos. A moda cyberpunk abusa de materiais sintéticos, acessórios provenientes da ficção-científica, roupas com circuitos eletrônicos, máscaras antipoluição, bijouterias com sucatada era digital (brincos de chips, colares com cd-roms, etc.).
No site The Cyberpunk Project, encontramos muitas informações e curiosidades sobre o cyberpunk e sua moda. Para os autores não há nenhum estilo exato de roupa ou de moda cyberpunk, a maioria usam roupas futuristas, preferem a cor preto e prata, percebe-se que usam o que gostam. Podemos acompanhar na obra de Willian Gibson, Neuromancer (1984) que não há um estilo exato para o cyberpunk na descrição de alguns personagens: "A moça japonesa de camiseta preta sem mangas". "Wage vestia um terno de seda bronze metalizado e usava uma pulseira de platina em cada pulso". "Molly usava roupa preta justa de couro um blusão estufado também preto, feito de um material opaco que parecia absorver a luz". "A garota enfiou os dedos na cintura da calça de couro e balançou para trás, equilibrada nos saltos laqueados das suas botas cowboy vermelho-cereja. As biqueiras estreitas eram de prata mexicana". "A alpargata branca brilhante da moça [...]". " Case, levantou, enfiou o jeans preto novo amassado que estava a seus pés e ajoelhou-se perto das mochilas". "A garota vestia uma camiseta de malha escura enfiada dentro dos calções largos de algodão preto". "Armitage estava usando um terno italiano escuro e segurava na mão direita uma pasta de couro preto e macio".
Não há um padrão para a moda cyberpunk, mas o preto e os materiais sintéticos sempre estão presentes como complementa pesquisadora e profa. Dra. Adriana Amaral a força dos cyberpunks está na sua ênfase em multiplicidade e potencialidade na criação de imagens. Assim como no estilo punk, que em seus primórdios já utilizou elementos como a suástica e os cabelos coloridos como forma de resistência, também alguns escritores cyberpunks adotaram um visual próprio com o uso de óculos escuros e jaquetas de couro pretas.
Um exemplo no cinema são as trilogias Matrix e X-Men, seus personagens usam roupas pretas, sintéticas, coladas ao corpo, óculos escuros e muita tecnologia na comunicação e no transporte, com aeronaves, teletransporte, comunicadores que funcionam em qualquer lugar, basta pressionar uma tecla, entre outros e que também chamamos de “Estilo Matrix”, mulheres poderosas vestidas de couro preto brilhante que parece um vinil, marcando o corpo e que permite a realização de movimentos e lutas, fazendo referência a Trinity (vivida pela atriz Carrie-Anne Moss), na trilogia Matrix, inspirada na samurai de rua Molly Millions (personagem de Gibson em Neuromancer).
O “Estilo Matrix” pode ser encontrado em diversos filmes como Blade (1998), As Panteras (2000, 2003), MIB Homens de Preto (2002), Minority Report (2002), no filme e no game Resident Evil (2002), AeonFlux (2005), Ultravioleta (2006), Anjos da Noite (2006), Gene Generation (2007), entre outros que virão.
Por Aletéia Ferreira
Especialista em Marketing, Comunicação e Moda aleteia_ferreira@hotmail.com
Autora do Blog http://espacodamoda.blogspot.com/
Por Aletéia Ferreira
Especialista em Marketing, Comunicação e Moda aleteia_ferreira@hotmail.com
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